Terceiro lugar no desafio do Interunesp em 2013 e 2014;
Terceiro lugar e melhor linha de caixa e ripa do Interbatuc 2012.
Bateria assim só tem um tipo: é tipo cadência! Então toca Sapateria!

A Sapateria
Com nome obviamente inspirado em sua cidade, conhecida como capital nacional do sapato, a Bateria da Unesp - Franca nasceu em 2004, por iniciativa da Atlética. O objetivo era liderar a torcida em jogos e tocar nas festas dos alunos dos cursos de Direito, História, Serviço Social e Relações Internacionais.
Só que, em 2007, o cenário e as metas mudaram: veio o primeiro desafio de baterias do Interunesp, e com ele a necessidade de evoluir e tornar a Bateria competitiva. Muito ensaio, dedicação, e o resultado você já leu lá no começo: a primeira conquista da Sapateria!
Nestes tempos, a Unesp funcionava ainda em sua antiga sede. Nos conta a própria Sapateria: os ensaios ocorriam dentro do campus, num local que os alunos chamavam de Várzea. Nessa época, a Faculdade ficava no Centro da cidade, e o barulho da Bateria incomodava os vizinhos.
Das reclamações, a diretoria da Unesp começou a dificultar os ensaios. Como consequência, no desafio de baterias do Interunesp em 2009, a Bateria tocou de olhos vendados. pois foram tantos os empecilhos colocados para nossos ensaios, que foi assim que nossos ritmistas decidiram ensaiar, sem ter que ver o que acontecia, nem sinal de breque. Foram tantos ensaios desse tipo que na apresentação os ritmistas se sentiram mais seguros tocando assim.
Independente das dificuldades, ensaiar dentro da Faculdade foi elemento essencial para a criação da identidade da Sapateria com os alunos da Unesp, já que a proximidade favorece a convivência, atrai novos integrantes, especialmente bixos, e não afasta a Bateria das mudanças cíclicas por que passa qualquer Universidade.
Atualmente, mesmo com a mudança da Faculdade para o atual endereço, a Sapateria segue ensaiando dentro do campus, dessa vez na quadra ou seus arredores, local de preparação para todas as outras conquistas que mencionamos, além de inúmeras outras apresentações.
Quer um exemplo? Nos apresentamos em jogos profissionais de basquete do time da cidade. Outro? Fomos convidados para tocar na quadra da Império da Casa Verde, escola do carnaval de São Paulo. Tem mais? Fizemos nossa batucada no casamento de vários egressos da Unesp. Só mais um para acabar: batemos ponto no Carnailha, carnaval universitário de Ilha Solteira, onde somos organizadores e uma das atrações.
Os Batuqueiros
Ok, todos concordamos que bateria é sempre sucesso. Mas é também responsabilidade, e sabemos que tocar envolve abrir mão de aulas, festas, horas de estudo, dinheiro, sono, paqueras. Então por que fazer parte de tudo isso?
Marocas nos conta que conheceu as BUs antes mesmo dos vestibulares, quando seu pai era ritmista de carnaval e proporcionou seu primeiro contato com o tamborim. Assim que entrei na Unesp, procurei na Bateria algo que fugisse da lógica da graduação. A Bateria foi onde me encontrei na Faculdade, aprendi a lidar com responsabilidades, encontrei pessoas que sentiam o mesmo e redescobri minha paixão pelo samba.
Já Queimado conta que entrou na escolinha pela facilidade que tinha para aprender novos instrumentos, e que sua dedicação, somada aos incentivos dos veteranos de Sapateria, foi que o fez caminhar ao posto de diretor.
Para a Mestre Procon, a porta de entrada para a Sapateria foi a fanfarra de sua escola, aos dez anos de idade. Depois, veio o contato com a Naumteria (Unesp - Bauru), onde seu irmão era ritmista. Por fim veio a escolinha da Sapateria. Influência do irmão? Escolhi o mesmo instrumento que ele, o chocalho.
Procon divide a Bateria em diretores de naipe, ela mesma encarregada do ganzá. Cada um tem a responsabilidade de ensinar aos ritmistas as novidades, bem como formar novos integrantes em seus instrumentos.
Mas, explica, os diretores funcionam mais como guias, nem inatingível nem mais poderoso que os outros. Todos temos o compromisso de evoluir os ritmistas e desenvolver a capacidade técnica de cada um, para criarmos e mantermos um grupo unido e que evolui em conjunto. O Batuca Franca é uma oportunidade de mostrarmos esse trabalho e fazermos o que mais gostamos, que é tocar.
O trabalho administrativo
Jack, a relações públicas da Sapateria, prontamente resume: estruturalmente falando, gerir uma bateria não é tarefa fácil. O gasto com peles, bordões, baquetas, talabartes e instrumentos é absurdamente grande. E conseguir grana pra isso tudo é sempre um mar de surpresas.
No começo, era cobrada mensalidade dos ritmistas: cada real gentilmente doado era sempre de imenso valor. Hoje, contudo, essa taxa foi abolida, trocada pelo malabarismo econômico dos diretores, especialmente por meio das festas, cuja maior é da própria Bateria, chamada Toca Sapateria, venda de produtos e apresentações fora do circuito universitário.
Além disso, prossegue, ensaiamos fielmente todas as segundas e quartas-feiras, mas quando tem apresentação ensaiamos todos os dias, às vezes até duas vezes ao dia, sempre nos entre-aulas da Unesp, que funciona manhã, tarde e noite. A dedicação de nossos integrantes é a parte fundamental para que todos os naipes sejam um só: mente, coração e muito samba no pé.
O Batuca Franca
Deixamos falar uma das mais experientes baterias de nosso desafio: a disparidade do nível técnico entre as baterias que vemos nos desafios é cada vez menor. Sadia completa: não há diferença entre competir com baterias mais ou menos conhecidas, mais ou menos experientes. Queremos mostrar nosso trabalho da melhor maneira possível, com a dedicação que carregamos o ano todo.
Sobre a participação da Sapateria, Queimado conclui: o fato de participarmos de outras competições diminui a ansiedade pré-desafio, e temos o Interunesp poucas semanas antes, que ajuda na parte técnica e psicológica dos ritmistas.
Integrar com sensação de dever cumprido é a meta da Sapateria para o Batuca Franca.
Bianchini fecha o papo: podem esperar da Sapateria muito samba, muita tinta, muito gliter, muita cachaça e animação. Tipo Cadência!
Então só vem!!
* Muitas citações ficaram sem remissão ao autor porque foi difícil associar as fontes após a entrevista, com participação pesada dos diretores da Sapateria. Nossos agradecimentos especiais à RP Jaqueline Arrufo - Jack, à mestre e diretora de ganzá Marina Miranda - Procon, aos diretores de surdo Emile Reckia - Sadia e Guilherme Braga - Pitera, aos diretores de tamborim Fernanda Horn - Marocas e Guilherme Goulart - Queimado, aos diretores de caixa Gabriel Gurian - Batatais e Guilherme Bianchini, ao diretor de ripa Vitor Campos - Servente e ao diretor de agogô Luiz Gustavo - Nissim. Toca Sapateria!









muito bom
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