Dentadura é tudo o que você pensar: cachaça, integração, confusão e amor!
Dentadura é a Bateria da Odonto - UFU, única representante mineira nesta primeira edição do Batuca Franca.
Com um panda como mascote, escolhido para tomar lugar de um dente e do Ryu (aquele mesmo, do Street Fighter), e na condição de uma das mais tradicionais Baterias do BF, a Dentadura pretende vencer nosso desafio, como nos conta seu diretor Edmar:
A pluralidade do Batuca Franca é muito bacana, tem muita bateria nova junto com algumas tradicionais, e fica o suspense de como cada uma vai se apresentar. Agora, perto do desafio o bicho pega, ensaiamos três a quatro vezes por semana para fazer nosso melhor. Um dia também fomos uma bateria iniciante, desconhecida, até ganharmos nosso primeiro desafio. Hoje sabemos do nosso potencial e trabalhamos para tentar o primeiro lugar.
O momento atual da Bateria é de uma verdadeira retomada, um novo crescimento depois de um curto período apagado. Isso tudo graças à dedicação dos próprios ritmistas e diretores, que assumiram o compromisso de reestruturar a Dentadura.
Cada um buscou sua maneira de desenvolver um instrumento. Depois, no consenso coletivo, foram eleitos os chefes de cada naipe e os ritmistas que iriam ensaiar para competir. Na diretoria ficou quem ajudou a manter a Bateria viva, mesmo nos tempos mais difíceis, e o pessoal que se dá melhor com a galera.
Somente um dos ritmistas da atual formação da Dentadura tocava bateria. O atual presidente, PH, somente conhecia viola e violão, mas estudou todos os instrumentos até assumir o apito e a ripa. Edmar é filho de fundador de escola de samba da cidade de Catalão - GO, frequentava rodas de samba, se apegou à Bateria desde seu primeiro período, e ali aprendeu a tocar.
Depois disso, ele mesmo nos conta: daí não sei por que resolveram comprar mais um repinique. Depois desse dia eu me tornei aquele cara chato que fica no fundo, durante o ensaio, tentando fazer coisas diferentes. Até que deu mais ou menos certo!
Em nossa conversa, Edmar frisa diversas vezes essa independência da Dentadura, tanto em sua formação, quanto no desenvolvimento das apresentações e na administração. Apoio externo, somente da UFU, que permite ensaiar no estacionamento do campus (só que de vez em quando eles dão um jeito de complicar e proíbem ensaios nos lugares mais viáveis), e de uma escola de especialização, que bancou todos os novos instrumentos (e que apoio!, ressalta, aos risos, o próprio diretor).
Assim, são os próprios ritmistas e diretores que conduzem os ensaios semanais. Segunda-feira é de lei, o segundo ensaio da semana é marcado conforme a disponibilidade da galera. E quando chega perto de jogos ou desafios a gente marca quase todo dia.
Os instrumentos são guardados em sede própria, localizada dentro do Diretório Acadêmico da Odonto, e a manutenção das peças é feita por meio de semestralidade, paga pelos interessados em ajudar, e pela venda de artigos da Bateria, especialmente as camisetas.
Dentro da UFU, a Dentadura toca e compete com outras 10 baterias, com as quais o relacionamento é bom, segundo Edmar. Tirando a medicina, rola muito happy hour e festas com as outras baterias da Universidade.
Daí vem a integração que a Dentadura vai levar ao Batuca Franca, junto com a competitividade que a Bateria conquistou ao longo de sua história.
E quando falamos sobre competição, Edmar de pronto se animou: sempre que temos a oportunidade de mostrar algo diferente, estamos aí! Em jogos e festas do curso sempre vamos para animar a galera. O Batuca Franca surgiu meio que de repente para nós, no supetão mesmo, mas metemos a cara sem nem pensar duas vezes! É o tipo de desafio que a gente procurava, deixar de sermos conhecidos somente em Uberlândia e mostrar que somos capazes de fazer bonito, mostrar nossa alegria e entusiasmo! Pode ter certeza que não vamos sair de Franca sem deixar boas lembranças, muitas amizades e animação!
Então só vem!!!
"Balada com desafio de baterias universitárias?" ou "Desafio de baterias no meio de uma balada top?" Apresentamos a mistura chamada BATUCA FRANCA! Tudo isso de uma só vez, em uma festa com OPEN BAR COMPLETO (CERVEJA, VODKA, ENERGÉTICO, DISCO VOADOR, REFRI E ÁGUA) durante 8 HORAS, muita gente bonita, faculdades de ponta, BATERIAS de destaque dentro do circuito universitário, integração, atrações, competição de altíssimo nível, jurados do carnaval paulistano e premiação de primeira linha.
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
sábado, 17 de outubro de 2015
Força, garra, cachaça e tesão! As caveiras da Med Barretos no Batuca Franca!!
Força, garra, cachaça e tesão!
Conversamos com a Azzurra, Bateria da Med - Barretos, que nos recebeu com muito samba e cerveja!
De um time de ritmistas sem instrumentos a campeã de desafio em menos de 2 anos, a Azzurra tem uma relação muito forte com todos os alunos de sua Faculdade, e chega no Batuca Franca para mostrar que pode competir de igual para igual com Baterias mais experientes.
As histórias que nos contaram o diretor Will, Mestre Sfor, os bixos e ritmistas Piu Piu e Batata, e a ex-ritmista Maciel a gente transcreve abaixo. Confira:
Batuca Franca - Conta pra galera que vai conhecer vocês no desafio e na balada como nasceu a Azzurra:
Sfor - Em 2013, estávamos estruturando a Atlética, fundada em 2012, e já sabíamos desses rolês de jogos e baterias, só que ainda não tínhamos uma prioridade, uma escolha entre ter primeiro a batucada ou alguma outra opção. Para nós, seria muito difícil até mesmo conseguir entrar em algum campeonato. Daí surgiu a ideia do Tormed, concretizou, e ficamos sabendo que tinha gente das outras faculdades comprando bateria.
Will - Era o primeiro ano do Tormed, 2013. Chegou o boato de algumas outras medicinas se movimentando, buscando patrocínios, empresas de formaturas...
Sfor - O problema é que não tínhamos nenhuma condição, a Faculdade não respaldava, não ajudava em nada, todo mundo estava duro por causa dos jogos. Por isso fomos atrás da Estrela [escola de samba da cidade de Barretos], queríamos ter um pouco de noção dos ritmos, de como tocar. Já tinha na Faculdade um aluno com a base, músico, baterista, e tudo. Aí a escola de samba liberou instrumentos e a quadra para nossos ensaios e começou o movimento Só que nossa opção, quando chegaram os jogos, foi de não levar nada, não poderíamos arcar com alguma quebra, reposição, não teria dinheiro.
BF - Mas mesmo sem os instrumentos, naquele momento já tinha um time de ritmistas pronto para tocar?
Will - Era estranho porque tinha a galera, mas variava muito de ensaio para ensaio. Ia um para o surdo um dia, aprendia e não aparecia mais. Mas tinha a repercussão boa da novidade, muita gente aparecendo com vontade de tocar. Quando fizemos o vídeo do primeiro ensaio da Bateria da Med - Barretos, que ainda nem tinha nem nome, era bem simples, uma batida só, a geral achando o máximo só por tirar um som, mas ainda não tinha a seriedade de desenvolver, o compromisso fechado de ser parte do time, de se formar ritmista.
Sfor - Atrapalhava porque nada era nosso, nem instrumento nem lugar. E a quadra era muito quente e longe, precisava marcar horário pra sair comboio levando o pessoal. O pessoal da escola de samba também não tinha compromisso com a questão do ensino, não tinha experiência para transmitir conhecimento e a batida acabava ficando quadrada mesmo.
BF - E quando a bateria começou a se desenvolver?
Sfor - Essa situação mais precária durou do meio de 2013 até abril de 2014. Começou a andar mesmo quando chegaram nossos instrumentos. Mas o choque mesmo aconteceu quando chegamos no Tormed de 2013, eram os primeiros jogos de todas as participantes, achamos que teria mais gente na nossa situação, mas não. Todas as Atléticas tinham bateria. Decidimos ali que não iríamos para jogos nenhum depois desse sem ter a Bateria.
Will - Só não foi pior porque a gente tinha bandeirão. Daí em diante não tinha mais o que fazer, tinha que crescer. O primeiro passo foi buscar nosso material, ensaiar na região da nossa faculdade, e tomarmos frente nos ensaios. Nessa época o Adelmo assumiu como mestre e quem tinha mais facilidade começou a estudar por tutoriais na internet, desenvolver as técnicas e transmitir pros outros ritmistas.
BF - Como foi a aquisição dos instrumentos?
Sfor - Tivemos que ficar no pé da Faculdade até entrar uma ajuda boa. Foi o grosso, que somamos ao nosso capital de giro, feito do lucro de festas e venda de produtos, e compramos a Bateria. Mas foi um ano pedindo ajuda para que isso acontecesse.
Maciel - Foi no cansaço mesmo, deram o dinheiro porque não aguentavam mais os alunos falando em bateria e bandeirão.
Will - Nossos instrumentos chegaram na véspera do Engemed 2014. Todos os ritmistas na porta da Faculdade esperando e a van que trouxe a encomenda se perdeu. Quando chegou, descarregamos aquele monte de caixa, abrimos, e ninguém sabia montar. Demos um jeito, montamos, mas não sabíamos afinar.

BF - Então ter os instrumentos foi o diferencial do crescimento da Bateria. O que mudou dali em diante?
Sfor - No dia que a Bateria chegou, quando a gente percebeu a Faculdade inteira tinha entrado na nossa sala, todo mundo doido batucando, causando mesmo! Daí começamos os ensaios com o Adelmo. Era na porta da Faculdade, mais perto dos alunos. Fomos fazer o básico, organizar o samba. Não teve apresentação nem desafio, mas no dia seguinte, no Engemed, nossa bateria já estava na arquibancada.
BF - Já com o nome de Azzurra?
Will - Eu que escolhi! Na verdade, foi colocado em votação. Tudo o que é nosso é azul ou preto, é nossa identidade. E pra chegar no Tormed precisava batizar a Bateria primeiro. Deram outras opções, Caveria, Barreteria. Azzurra é mais forte, a galera abraçou e foi adiante.
BF - No começo a Faculdade não quis ajudar; depois liberou a verba e vocês compraram a Bateria. Como foi a reação da instituição quando vocês decidiram ensaiar na porta?
Will - O pessoal comprou a ideia da Bateria. Principalmente quando melhorou nosso som. O dono da Faculdade a gente vê que gosta quando nos assiste, os funcionários acompanham os ensaios, chamam para tocar nos eventos. Também nos deram espaço para guardar material esportivo, instrumentos...
Sfor - Até o pessoal que cuida dos eventos da Faculdade nos chamou para tocar no Outubro Rosa, em 2014. Saímos pela cidade tocando em cima de um trio elétirico junto com a divulgação do evento do Hospital do Câncer.
Will - Quando vimos, era um trio de som, sem estrutura para banda, sem parapeito, barra de segurança nem nada, então tinha que equilibrar o instrumento, equilibrar o corpo e prestar atenção para abaixar quando passavam cabos elétricos, fios, galhos...
BF - Vamos seguir a história de vocês: então a Bateria chega na véspera do Engemed e vai para a arquibancada; acabam os jogos e passam os ensaios para a frente da Faculdade, já com uma ideia de crescimento. O foco era só o Tormed ou já tinham outros eventos como esse Outubro Rosa, festas?
Sfor - Essa visão de levar a Bateria para mais eventos, principalmente nas festas, começou depois do Tormed 2014. O próprio trio elétrico do Outubro Rosa foi depois. Antes acho que seria mais fazer um batuque pra bagunçar, e não apresentações mesmo, não tinha condições.
Will - Depois do Engemed, começamos a ensaiar pro Tormed 2014, estruturamos os ritmos que queríamos tocar, preparamos a questão de apresentação, uniformes, adereços. Queríamos fazer alguma coisa diferente, nossa Bateria ainda não estava no nível do desafio dos jogos, mas fomos para marcar presença, e foi nisso que nasceu a ideia de pintar a cara. A relação com a torcida no desafio também ajudou muito!
Sfor - No fim das contas impressionou muita gente. Fomos em mais de 30 ritmistas e ficamos na frente de Baterias mais velhas, surpreendemos quem achou que não sairia nenhum ritmo... já foi uma vitória ficar na quarta colocação do desafio.
BF - Mas quem ouve falar da Bateria neste ano escuta coisas maiores. Como foi 2015 pra Azzurra?
Sfor - No começo de 2015 surgiu a oportunidade de incorporar aos ensaios professores com experiência com música, samba e baterias universitárias. Também fizemos o compromisso dos ritmistas, principalmente os bixos, de não ser mais aquela coisa de aparecer de vez em quando, tinha que ter o time da Bateria formado e comprometido. A incerteza era até onde chegaríamos. Apostamos para ver se dava certo, nossa meta era crescer, sair do ponto que chegamos e paramos em 2014, mas até onde ia chegar era um tiro no escuro.
Will - O objetivo interno era fazer a Bateria crescer, melhorar, chegar no nível das outras para competir. Ninguém da gente é músico de formação, quanto menos sambista, Não dava pra aprender do nada a criar breques, mudar batidas, subidas e ainda ensinar. Foi isso que mudou, aprendemos os fundamentos, depois as evoluções, e agora a galera cria, ajuda na composição, acompanha outras baterias, escolas de samba...
Maciel - Saí da Bateria no final de 2014, mas acompanhei os ensaios, principalmente no primeiro semestre deste ano. É nítido que a Bateria toda comprou o compromisso de crescer. A gente vê, por exemplo, o tamborim: uma menina que não pega uma batida corre atrás das outras, leva instrumento para casa, chega mais cedo, insiste até aprender. Antes não... o pessoal chegava na hora do ensaio, pegava o instrumento de qualquer jeito, ia por obrigação. Hoje a galera quer competir, aprender coisas novas...
Sfor - O principal que mudou foi o pensamento. Queríamos crescer, mas não sabíamos nem como nem para onde. De repente os professores chegaram e falaram: o que vocês querem? Potencial vocês tem, mas se a cabeça for só de crescer para competir, vai lá, tira um barato, fica em terceiro e volta pra casa. Mas se quiserem ganhar, vamos estudar, vamos ensaiar, e pode até não ganhar, mas vai brigar pra ganhar, vai chegar lá e colocar todo mundo de cara com a Azzurra. E a galera acreditou nisso, comprou essa ideia!
Piu - O que eu vejo é que desde que entrei [em 2015], eu não aprendo só a tocar, que horas eu tenho que bater. A gente tem formação de ritmista, fundamentos mesmo, exercício pra fixar, tutoriais. E, de repente, o pessoal que achava que não ia conseguir fazer o que os professores mandavam começou a aprender, começou a pegar, começou a tocar e pegar gosto naquilo, amor pela Azzurra.
BF - Internamente então a mudança foi grande, estrutura, pensamento, ensaios. E os resultados?
Will - Cheguei no Engemed numa ansiedade que não dormia na véspera do desafio. Medo de errar meus breques, medo de não estarmos preparados, das outras chegarem mais pesado...
Sfor - Passa um filme na cabeça... em 2013 tivemos que pedir bateria emprestada para tocar, negociar horário.
Maciel - No Engemed não precisava nem de resultado. O resultado do desafio de baterias só saía no último dia, mas a gente via todo mundo, a Faculdade inteira satisfeita, foi uma das horas que a torcida mais gritou, mais empolgou. Não precisava do resultado, o que a gente queria tinha sido conquistado.
Piu - A gente via o resultado antes do desafio. O pessoal não dava bola pros ensaios. Com o tempo, o pessoal que passava na rua começou a parar para ver, os funcionários da Faculdade saíam para acompanhar, quem estava no ponto de ônibus batucava junto, dançava. Isso deu confiança. E no desafio, quando entramos em quadra, a primeira coisa que vi foi nosso bandeirão. Não tinha como dar errado, era nossa hora!
Sfor - Outro resultado positivo nosso foi a relação que criamos com a torcida. Ninguém vai no ensaio, mas quando a gente se apresenta os caras contagiam. Impressiona, parece que faz parte, grita junto. Ajudou demais na hora do desafio, sem eles não ganharíamos o Engemed.
BF - Fora dos desafios, essa mudança toda de 2015 não trouxe nada de novo para a Azzurra?
Sfor - Todas as festas e eventos da Faculdade a gente toca. Ainda não nos expandimos para eventos de fora, mas temos um festival num teatro de Barretos, e a diretora de lá já manifestou interesse em nos chamar para algumas ações dela. Também tem mais gente de fora que nos vê e nos procura.
BF - E o que motiva a fazer parte disso tudo?
Will - Eu via as baterias das faculdades desde a época do cursinho. Queria fazer parte, nem quis participar de Atlética, queria somente a Bateria.
Sfor - Eu entrei porque queria ajudar, fazia parte da Atlética quando a Faculdade tinha 60 alunos! Daí quando começamos os primeiros ensaios achei zica a parada toda e não saí mais!
BF - Mas vocês são diretores, Sfor hoje é Mestre. Como foi essa caminhada desde a fundação?
Will - Comecei no surdo de terceira, fazia o corte, mas gostava de assistir vídeos de ripa, a galera fazendo aquelas puxadas doidas. Daí na formação deste ano, quando o Adelmo saiu, corri para o repinique. E não vou largar mais! Deixo estudos, namorada, minha casa, iniciação, tudo de lado pelas duas horas de ensaio. É a única coisa que não consigo deixar!
Sfor - Fiz marcação desde 2013. Jogaram no meu colo o agogô em 2015, bem quando falei que ia sair da Bateria para dedicar mais nos estudos. Interessei e fui até o Engemed. Foi aí que veio a oportunidade de apitar. Agora a tensão é diferente, não tem mais a preocupação com o tempo e o desenho do meu instrumento, agora eu tenho a responsabilidade de fazer a coisa certa, no tempo certo, com a bateria toda olhando e dependendo da minha chamada. Mas tem a parte boa: a honra de estar à frente daquilo tudo, ver onde a Bateria que eu ajudei a criar faz o esforço valer a pena.
BF - E para os novos ritmistas, por que entrar na Faculdade e tocar bateria?
Piu - Vi a Bateria em Barretos, em 2014, quando ainda no cursinho. Uma vez quando estive visitando, e outra no vestibular. Quando passei, já procurei o pessoal, avisei que queria tocar, mandaram aparecer no ensaio, corri pela marcação toda, primeira, segunda, terceira. Independente de ganhar desafios, é bonita a relação que a gente constrói, todo mundo depende um do outro lá dentro, tem que se ajudar para cada um superar seus limites. Hoje a gente vê que todos da Azzurra tem ouvido, tem técnica, a galera se dá bem, curte tocar, curte ensaiar. E nosso entrosamento já é intuitivo, ficamos íntimos dos instrumentos, dos outros ritmistas. Não tem como não amar! Depois que entrei na Med - Barretos, até passei em uma Federal, mas fiquei, aqui é meu lugar, essa é minha Bateria!
Maciel - A relação é tão forte que até eu que deixei a Bateria não consigo deixar os ensaios! Qualquer oportunidade que tenho acompanho o pessoal, tanto que os próprios ritmistas brincam que sou a primeira suplente!
BF - 2015 ainda guarda Tormed e Batuca Franca para a Azzurra. O que a gente pode esperar de vocês?
Will - O mínimo que podem esperar é uma galera que vai bater no peito e competir. Queremos ganhar, sabemos da qualidade das outras baterias, e estamos nos preparando para chegar em alto nível sempre.
Sfor - A gente é muito pé no chão, ciente que tudo aqui aconteceu muito rápido, mas conquistamos nosso espeço e sabemos onde dá para chegar, sem que nada suba na cabeça. Ensaiamos, buscamos dar sempre um passo a mais na dificuldade de execução, na complexidade das batidas, e isso só fazemos porque a Azzurra toda tem comprometimento com os ensaios e com nossa qualidade. Isso nos permite querer brigar por títulos, nos dá segurança para sonhar alto.
BF - E a expectativa para o Batuca Franca?
Sfor - Conviver e competir com outras faculdades, baterias rodadas em torneios tradicionais, é a troca de experiência que nos falta. Competir com esse pessoal vai fazer a Azzurra crescer ainda mais.
Piu - São mais 11 Baterias além da nossa. 12 pegadas e ritmos diferentes para a gente aprender. Fica ansioso, não tem jeito. Reflete nos ensaios, a conversa dos ritmistas sobre a competição é cada vez mais frequente, todos querendo limpar os breques, aperfeiçoar.
Sfor - A verdade é que um ano atrás se pintasse o convite do BF a gente não tinha a menor condição, e hoje a gente chega forte. É um sonho realizado!

Recado final pra galera do Batuca Franca?
Caveira no coração e sangue azul na veia.
Batucada, virote e transação!
Então só vem!!!
Conversamos com a Azzurra, Bateria da Med - Barretos, que nos recebeu com muito samba e cerveja!
De um time de ritmistas sem instrumentos a campeã de desafio em menos de 2 anos, a Azzurra tem uma relação muito forte com todos os alunos de sua Faculdade, e chega no Batuca Franca para mostrar que pode competir de igual para igual com Baterias mais experientes.
As histórias que nos contaram o diretor Will, Mestre Sfor, os bixos e ritmistas Piu Piu e Batata, e a ex-ritmista Maciel a gente transcreve abaixo. Confira:
Sfor - Em 2013, estávamos estruturando a Atlética, fundada em 2012, e já sabíamos desses rolês de jogos e baterias, só que ainda não tínhamos uma prioridade, uma escolha entre ter primeiro a batucada ou alguma outra opção. Para nós, seria muito difícil até mesmo conseguir entrar em algum campeonato. Daí surgiu a ideia do Tormed, concretizou, e ficamos sabendo que tinha gente das outras faculdades comprando bateria.
Will - Era o primeiro ano do Tormed, 2013. Chegou o boato de algumas outras medicinas se movimentando, buscando patrocínios, empresas de formaturas...
Sfor - O problema é que não tínhamos nenhuma condição, a Faculdade não respaldava, não ajudava em nada, todo mundo estava duro por causa dos jogos. Por isso fomos atrás da Estrela [escola de samba da cidade de Barretos], queríamos ter um pouco de noção dos ritmos, de como tocar. Já tinha na Faculdade um aluno com a base, músico, baterista, e tudo. Aí a escola de samba liberou instrumentos e a quadra para nossos ensaios e começou o movimento Só que nossa opção, quando chegaram os jogos, foi de não levar nada, não poderíamos arcar com alguma quebra, reposição, não teria dinheiro.
BF - Mas mesmo sem os instrumentos, naquele momento já tinha um time de ritmistas pronto para tocar?
Will - Era estranho porque tinha a galera, mas variava muito de ensaio para ensaio. Ia um para o surdo um dia, aprendia e não aparecia mais. Mas tinha a repercussão boa da novidade, muita gente aparecendo com vontade de tocar. Quando fizemos o vídeo do primeiro ensaio da Bateria da Med - Barretos, que ainda nem tinha nem nome, era bem simples, uma batida só, a geral achando o máximo só por tirar um som, mas ainda não tinha a seriedade de desenvolver, o compromisso fechado de ser parte do time, de se formar ritmista.
Sfor - Atrapalhava porque nada era nosso, nem instrumento nem lugar. E a quadra era muito quente e longe, precisava marcar horário pra sair comboio levando o pessoal. O pessoal da escola de samba também não tinha compromisso com a questão do ensino, não tinha experiência para transmitir conhecimento e a batida acabava ficando quadrada mesmo.
BF - E quando a bateria começou a se desenvolver?
Sfor - Essa situação mais precária durou do meio de 2013 até abril de 2014. Começou a andar mesmo quando chegaram nossos instrumentos. Mas o choque mesmo aconteceu quando chegamos no Tormed de 2013, eram os primeiros jogos de todas as participantes, achamos que teria mais gente na nossa situação, mas não. Todas as Atléticas tinham bateria. Decidimos ali que não iríamos para jogos nenhum depois desse sem ter a Bateria.
Will - Só não foi pior porque a gente tinha bandeirão. Daí em diante não tinha mais o que fazer, tinha que crescer. O primeiro passo foi buscar nosso material, ensaiar na região da nossa faculdade, e tomarmos frente nos ensaios. Nessa época o Adelmo assumiu como mestre e quem tinha mais facilidade começou a estudar por tutoriais na internet, desenvolver as técnicas e transmitir pros outros ritmistas.
BF - Como foi a aquisição dos instrumentos?
Sfor - Tivemos que ficar no pé da Faculdade até entrar uma ajuda boa. Foi o grosso, que somamos ao nosso capital de giro, feito do lucro de festas e venda de produtos, e compramos a Bateria. Mas foi um ano pedindo ajuda para que isso acontecesse.
Maciel - Foi no cansaço mesmo, deram o dinheiro porque não aguentavam mais os alunos falando em bateria e bandeirão.
Will - Nossos instrumentos chegaram na véspera do Engemed 2014. Todos os ritmistas na porta da Faculdade esperando e a van que trouxe a encomenda se perdeu. Quando chegou, descarregamos aquele monte de caixa, abrimos, e ninguém sabia montar. Demos um jeito, montamos, mas não sabíamos afinar.

BF - Então ter os instrumentos foi o diferencial do crescimento da Bateria. O que mudou dali em diante?
Sfor - No dia que a Bateria chegou, quando a gente percebeu a Faculdade inteira tinha entrado na nossa sala, todo mundo doido batucando, causando mesmo! Daí começamos os ensaios com o Adelmo. Era na porta da Faculdade, mais perto dos alunos. Fomos fazer o básico, organizar o samba. Não teve apresentação nem desafio, mas no dia seguinte, no Engemed, nossa bateria já estava na arquibancada.
BF - Já com o nome de Azzurra?
Will - Eu que escolhi! Na verdade, foi colocado em votação. Tudo o que é nosso é azul ou preto, é nossa identidade. E pra chegar no Tormed precisava batizar a Bateria primeiro. Deram outras opções, Caveria, Barreteria. Azzurra é mais forte, a galera abraçou e foi adiante.
BF - No começo a Faculdade não quis ajudar; depois liberou a verba e vocês compraram a Bateria. Como foi a reação da instituição quando vocês decidiram ensaiar na porta?
Will - O pessoal comprou a ideia da Bateria. Principalmente quando melhorou nosso som. O dono da Faculdade a gente vê que gosta quando nos assiste, os funcionários acompanham os ensaios, chamam para tocar nos eventos. Também nos deram espaço para guardar material esportivo, instrumentos...
Sfor - Até o pessoal que cuida dos eventos da Faculdade nos chamou para tocar no Outubro Rosa, em 2014. Saímos pela cidade tocando em cima de um trio elétirico junto com a divulgação do evento do Hospital do Câncer.
Will - Quando vimos, era um trio de som, sem estrutura para banda, sem parapeito, barra de segurança nem nada, então tinha que equilibrar o instrumento, equilibrar o corpo e prestar atenção para abaixar quando passavam cabos elétricos, fios, galhos...
BF - Vamos seguir a história de vocês: então a Bateria chega na véspera do Engemed e vai para a arquibancada; acabam os jogos e passam os ensaios para a frente da Faculdade, já com uma ideia de crescimento. O foco era só o Tormed ou já tinham outros eventos como esse Outubro Rosa, festas?
Sfor - Essa visão de levar a Bateria para mais eventos, principalmente nas festas, começou depois do Tormed 2014. O próprio trio elétrico do Outubro Rosa foi depois. Antes acho que seria mais fazer um batuque pra bagunçar, e não apresentações mesmo, não tinha condições.
Will - Depois do Engemed, começamos a ensaiar pro Tormed 2014, estruturamos os ritmos que queríamos tocar, preparamos a questão de apresentação, uniformes, adereços. Queríamos fazer alguma coisa diferente, nossa Bateria ainda não estava no nível do desafio dos jogos, mas fomos para marcar presença, e foi nisso que nasceu a ideia de pintar a cara. A relação com a torcida no desafio também ajudou muito!
Sfor - No fim das contas impressionou muita gente. Fomos em mais de 30 ritmistas e ficamos na frente de Baterias mais velhas, surpreendemos quem achou que não sairia nenhum ritmo... já foi uma vitória ficar na quarta colocação do desafio.
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| Azzurra no Tormed 2014 |
BF - Mas quem ouve falar da Bateria neste ano escuta coisas maiores. Como foi 2015 pra Azzurra?
Sfor - No começo de 2015 surgiu a oportunidade de incorporar aos ensaios professores com experiência com música, samba e baterias universitárias. Também fizemos o compromisso dos ritmistas, principalmente os bixos, de não ser mais aquela coisa de aparecer de vez em quando, tinha que ter o time da Bateria formado e comprometido. A incerteza era até onde chegaríamos. Apostamos para ver se dava certo, nossa meta era crescer, sair do ponto que chegamos e paramos em 2014, mas até onde ia chegar era um tiro no escuro.
Will - O objetivo interno era fazer a Bateria crescer, melhorar, chegar no nível das outras para competir. Ninguém da gente é músico de formação, quanto menos sambista, Não dava pra aprender do nada a criar breques, mudar batidas, subidas e ainda ensinar. Foi isso que mudou, aprendemos os fundamentos, depois as evoluções, e agora a galera cria, ajuda na composição, acompanha outras baterias, escolas de samba...
Maciel - Saí da Bateria no final de 2014, mas acompanhei os ensaios, principalmente no primeiro semestre deste ano. É nítido que a Bateria toda comprou o compromisso de crescer. A gente vê, por exemplo, o tamborim: uma menina que não pega uma batida corre atrás das outras, leva instrumento para casa, chega mais cedo, insiste até aprender. Antes não... o pessoal chegava na hora do ensaio, pegava o instrumento de qualquer jeito, ia por obrigação. Hoje a galera quer competir, aprender coisas novas...
Sfor - O principal que mudou foi o pensamento. Queríamos crescer, mas não sabíamos nem como nem para onde. De repente os professores chegaram e falaram: o que vocês querem? Potencial vocês tem, mas se a cabeça for só de crescer para competir, vai lá, tira um barato, fica em terceiro e volta pra casa. Mas se quiserem ganhar, vamos estudar, vamos ensaiar, e pode até não ganhar, mas vai brigar pra ganhar, vai chegar lá e colocar todo mundo de cara com a Azzurra. E a galera acreditou nisso, comprou essa ideia!
Piu - O que eu vejo é que desde que entrei [em 2015], eu não aprendo só a tocar, que horas eu tenho que bater. A gente tem formação de ritmista, fundamentos mesmo, exercício pra fixar, tutoriais. E, de repente, o pessoal que achava que não ia conseguir fazer o que os professores mandavam começou a aprender, começou a pegar, começou a tocar e pegar gosto naquilo, amor pela Azzurra.
BF - Internamente então a mudança foi grande, estrutura, pensamento, ensaios. E os resultados?
Will - Cheguei no Engemed numa ansiedade que não dormia na véspera do desafio. Medo de errar meus breques, medo de não estarmos preparados, das outras chegarem mais pesado...
Sfor - Passa um filme na cabeça... em 2013 tivemos que pedir bateria emprestada para tocar, negociar horário.
Maciel - No Engemed não precisava nem de resultado. O resultado do desafio de baterias só saía no último dia, mas a gente via todo mundo, a Faculdade inteira satisfeita, foi uma das horas que a torcida mais gritou, mais empolgou. Não precisava do resultado, o que a gente queria tinha sido conquistado.
Piu - A gente via o resultado antes do desafio. O pessoal não dava bola pros ensaios. Com o tempo, o pessoal que passava na rua começou a parar para ver, os funcionários da Faculdade saíam para acompanhar, quem estava no ponto de ônibus batucava junto, dançava. Isso deu confiança. E no desafio, quando entramos em quadra, a primeira coisa que vi foi nosso bandeirão. Não tinha como dar errado, era nossa hora!
Sfor - Outro resultado positivo nosso foi a relação que criamos com a torcida. Ninguém vai no ensaio, mas quando a gente se apresenta os caras contagiam. Impressiona, parece que faz parte, grita junto. Ajudou demais na hora do desafio, sem eles não ganharíamos o Engemed.
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| Azzurra no Engemed 2015 |
BF - Fora dos desafios, essa mudança toda de 2015 não trouxe nada de novo para a Azzurra?
Sfor - Todas as festas e eventos da Faculdade a gente toca. Ainda não nos expandimos para eventos de fora, mas temos um festival num teatro de Barretos, e a diretora de lá já manifestou interesse em nos chamar para algumas ações dela. Também tem mais gente de fora que nos vê e nos procura.
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| Azzurra no Medshow, realizado em teatro da cidade de Barretos |
BF - E o que motiva a fazer parte disso tudo?
Will - Eu via as baterias das faculdades desde a época do cursinho. Queria fazer parte, nem quis participar de Atlética, queria somente a Bateria.
Sfor - Eu entrei porque queria ajudar, fazia parte da Atlética quando a Faculdade tinha 60 alunos! Daí quando começamos os primeiros ensaios achei zica a parada toda e não saí mais!
BF - Mas vocês são diretores, Sfor hoje é Mestre. Como foi essa caminhada desde a fundação?
Will - Comecei no surdo de terceira, fazia o corte, mas gostava de assistir vídeos de ripa, a galera fazendo aquelas puxadas doidas. Daí na formação deste ano, quando o Adelmo saiu, corri para o repinique. E não vou largar mais! Deixo estudos, namorada, minha casa, iniciação, tudo de lado pelas duas horas de ensaio. É a única coisa que não consigo deixar!
Sfor - Fiz marcação desde 2013. Jogaram no meu colo o agogô em 2015, bem quando falei que ia sair da Bateria para dedicar mais nos estudos. Interessei e fui até o Engemed. Foi aí que veio a oportunidade de apitar. Agora a tensão é diferente, não tem mais a preocupação com o tempo e o desenho do meu instrumento, agora eu tenho a responsabilidade de fazer a coisa certa, no tempo certo, com a bateria toda olhando e dependendo da minha chamada. Mas tem a parte boa: a honra de estar à frente daquilo tudo, ver onde a Bateria que eu ajudei a criar faz o esforço valer a pena.
BF - E para os novos ritmistas, por que entrar na Faculdade e tocar bateria?
Piu - Vi a Bateria em Barretos, em 2014, quando ainda no cursinho. Uma vez quando estive visitando, e outra no vestibular. Quando passei, já procurei o pessoal, avisei que queria tocar, mandaram aparecer no ensaio, corri pela marcação toda, primeira, segunda, terceira. Independente de ganhar desafios, é bonita a relação que a gente constrói, todo mundo depende um do outro lá dentro, tem que se ajudar para cada um superar seus limites. Hoje a gente vê que todos da Azzurra tem ouvido, tem técnica, a galera se dá bem, curte tocar, curte ensaiar. E nosso entrosamento já é intuitivo, ficamos íntimos dos instrumentos, dos outros ritmistas. Não tem como não amar! Depois que entrei na Med - Barretos, até passei em uma Federal, mas fiquei, aqui é meu lugar, essa é minha Bateria!
Maciel - A relação é tão forte que até eu que deixei a Bateria não consigo deixar os ensaios! Qualquer oportunidade que tenho acompanho o pessoal, tanto que os próprios ritmistas brincam que sou a primeira suplente!
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| Apresentação da Azzurra na entrada do vestibular, em 2014 |
Will - O mínimo que podem esperar é uma galera que vai bater no peito e competir. Queremos ganhar, sabemos da qualidade das outras baterias, e estamos nos preparando para chegar em alto nível sempre.
Sfor - A gente é muito pé no chão, ciente que tudo aqui aconteceu muito rápido, mas conquistamos nosso espeço e sabemos onde dá para chegar, sem que nada suba na cabeça. Ensaiamos, buscamos dar sempre um passo a mais na dificuldade de execução, na complexidade das batidas, e isso só fazemos porque a Azzurra toda tem comprometimento com os ensaios e com nossa qualidade. Isso nos permite querer brigar por títulos, nos dá segurança para sonhar alto.
BF - E a expectativa para o Batuca Franca?
Sfor - Conviver e competir com outras faculdades, baterias rodadas em torneios tradicionais, é a troca de experiência que nos falta. Competir com esse pessoal vai fazer a Azzurra crescer ainda mais.
Piu - São mais 11 Baterias além da nossa. 12 pegadas e ritmos diferentes para a gente aprender. Fica ansioso, não tem jeito. Reflete nos ensaios, a conversa dos ritmistas sobre a competição é cada vez mais frequente, todos querendo limpar os breques, aperfeiçoar.
Sfor - A verdade é que um ano atrás se pintasse o convite do BF a gente não tinha a menor condição, e hoje a gente chega forte. É um sonho realizado!

Recado final pra galera do Batuca Franca?
Caveira no coração e sangue azul na veia.
Batucada, virote e transação!
Então só vem!!!
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Batourada: a história de superação dos loucos do Direito - FEB
Os instrumentos nem chegaram e vocês já arrumaram vaga em desafio de bateria?
Foi com este questionamento que a caçula do Batuca Franca, a Batourada, bateria do Direito Unifeb - Barretos, deu o primeiro passo de sua história!
Amoroso, um dos fundadores da Bateria e atual presidente da Atlética, conta que o interesse veio por conta da participação em jogos universitários. Ouvíamos as subidas das outras baterias, os breques, os sambas, e trabalhamos para ter a nossa!
O maior objetivo da Bateria é a integração, dentro e fora da Faculdade. Vamos sempre buscar o aperfeiçoamento, mas chega uma hora em que o desafio de baterias é menos disputa e mais integração, todo mundo curtindo e bebendo. Isso é o que buscamos, complementa Vitor.
Para Zé, músico, diretor e Mestre da Batourada, não foi nenhuma loucura assumir a responsabilidade de tocar num desafio antes mesmo de comprar os instrumentos. Era, no máximo, um risco controlado:
A ideia da criação da bateria gerou muita euforia, muitos comentários dentro do curso. E com a alegria da chegada dos instrumentos, demos o passo mais importante, e também ficamos mais tranquilos. Porque para os ensaios, além do pessoal de fora do curso, que nos dá suporte, temos alunos com muita facilidade para aprender os ritmos, fora algumas pessoas que já tocaram em baterias de torcidas organizadas e em várias escolas de samba da cidade!
Murilo vai mais além: para ele, o fato da Batourada ter nascido mostrando coragem de aceitar desafios é o que mais motiva os ritmistas. O pessoal vinha e zoava que íamos para o desafio sem ter o que tocar. Agora mostramos nossa cara, nascemos buscando a superação, não pipocamos, e isso nos faz crescer ainda mais!
Nascida em junho de 2015, a Bateria mais nova do Batuca Franca, cujo nome e o mascote fazem referência ao touro, figura sempre atrelada à cidade de Barretos, sabe que pode ser considerada a zebra da competição por muita gente. Mas promete surpreender. Amoroso nos conta:
Nossos ensaios são agitados, a galera está disposta, a Faculdade ajuda com os horários e o local do ensaio, além da doação de nossa sede. A rivalidade sadia entre as Baterias de Barretos também nos estimula. Complicado foi dar o primeiro passo, mas um ou outro tombo foi bom pra gente aprender. Tem horas complicadas, mas nada abala o que a gente faz com amor!
E fica o aviso: Barretos já sabe, e agora Franca vai conhecer também: no Direito - FEB só tem louco! Podem esperar alegria, integração e muito samba no pé e nas mãos!
Então só vem!!!
Foi com este questionamento que a caçula do Batuca Franca, a Batourada, bateria do Direito Unifeb - Barretos, deu o primeiro passo de sua história!
Amoroso, um dos fundadores da Bateria e atual presidente da Atlética, conta que o interesse veio por conta da participação em jogos universitários. Ouvíamos as subidas das outras baterias, os breques, os sambas, e trabalhamos para ter a nossa!
O maior objetivo da Bateria é a integração, dentro e fora da Faculdade. Vamos sempre buscar o aperfeiçoamento, mas chega uma hora em que o desafio de baterias é menos disputa e mais integração, todo mundo curtindo e bebendo. Isso é o que buscamos, complementa Vitor.
Para Zé, músico, diretor e Mestre da Batourada, não foi nenhuma loucura assumir a responsabilidade de tocar num desafio antes mesmo de comprar os instrumentos. Era, no máximo, um risco controlado:
A ideia da criação da bateria gerou muita euforia, muitos comentários dentro do curso. E com a alegria da chegada dos instrumentos, demos o passo mais importante, e também ficamos mais tranquilos. Porque para os ensaios, além do pessoal de fora do curso, que nos dá suporte, temos alunos com muita facilidade para aprender os ritmos, fora algumas pessoas que já tocaram em baterias de torcidas organizadas e em várias escolas de samba da cidade!
Murilo vai mais além: para ele, o fato da Batourada ter nascido mostrando coragem de aceitar desafios é o que mais motiva os ritmistas. O pessoal vinha e zoava que íamos para o desafio sem ter o que tocar. Agora mostramos nossa cara, nascemos buscando a superação, não pipocamos, e isso nos faz crescer ainda mais!
Nascida em junho de 2015, a Bateria mais nova do Batuca Franca, cujo nome e o mascote fazem referência ao touro, figura sempre atrelada à cidade de Barretos, sabe que pode ser considerada a zebra da competição por muita gente. Mas promete surpreender. Amoroso nos conta:
Nossos ensaios são agitados, a galera está disposta, a Faculdade ajuda com os horários e o local do ensaio, além da doação de nossa sede. A rivalidade sadia entre as Baterias de Barretos também nos estimula. Complicado foi dar o primeiro passo, mas um ou outro tombo foi bom pra gente aprender. Tem horas complicadas, mas nada abala o que a gente faz com amor!
E fica o aviso: Barretos já sabe, e agora Franca vai conhecer também: no Direito - FEB só tem louco! Podem esperar alegria, integração e muito samba no pé e nas mãos!
Então só vem!!!
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
muita garra e samba no pé: os Halterados da Educa - Unifran
Era uma reunião da Atlética, estávamos meio "halterados" pensando no nome da Bateria, decidimos que deveríamos associar com os halteres da academia. E pronto!
Se foi rápido o batismo da Halterados, a Bateria da Educação Física da Unifran, é que Ellen ainda não nos contou sobre a primeira apresentação:
Nosso primeiro ensaio oficial aconteceu no salão da Le CHeff. De última hora, compramos os instrumentos de uma empresa do Rio de Janeiro, mas só nos entregaram na manhã de nossa primeira apresentação. Antes, fizemos uns oito ensaios com instrumentos emprestados pela escola de samba Ases do Ritmo. E com isso chegamos de surpresa no Jufra, onde nossa Atlética foi campeã geral com apoio da Halterados!
Toda essa correria, para Ellen, é o maior feito da Halterados: transformar em realidade o sonho de ter uma bateria. Ela prossegue:
No início tínhamos somente um pandeiro, que fazia nosso barulho, incomodava e servia para sambar na cara de adversárias recalcadas. Depois do "Minha Bateria, Minha Vida", saímos do pandeiro, dos instrumentos alugados, e agora temos nossa bateria própria, a Halterados!
Ellen conta que o pouco tempo de Bateria ainda não permitiu que a Halterados consolide sua identidade com os alunos de seu curso, mas espera que o Batuca Franca ajude a aumentar a visibilidade do trabalho que a Educa vem fazendo: nossos alunos, em função do curso, são naturalmente competitivos, e quando se fala em disputa não tem quem segure nossa garra e vontade de vencer!
Mesmo assim, o trabalho segue forte, com três diretores remanescentes da fundação da Atlética, apoio integral da atual vice-presidente, Lauane, e participação do mestre de bateria da Ases do Samba, Rafael.
Sobre a relação e os cuidados com a Bateria, Lauane nos conta que para nós é como um filho, cuidamos, ensinamos "só coisa boa", e botamos no mundo pra ver o trem moer!
Os pais, no caso, são todos os ritmistas, que dividem cuidados e gastos para manter os instrumentos em dia e os ensaios com seu mestre.
E é o próprio mestre Rafael quem nos conta os objetivos da Halterados para nosso desafio de baterias:
Queremos agregar experiência musical ao espírito competitivo dos ritmistas, com foco no autocontrole e no trabalho em equipe. E vamos trazer para nossa apresentação tudo o que já temos de bom, nossa experiência e nosso samba no pé!
Animação e ansiedade: assim a Halterados aguarda o Batuca Franca.
Vamos levar a alegria da Educa. Perderemos a virgindade, mas chegaremos prontos pra foder nessa disputa!
Então só vem!!!!
Se foi rápido o batismo da Halterados, a Bateria da Educação Física da Unifran, é que Ellen ainda não nos contou sobre a primeira apresentação:
Nosso primeiro ensaio oficial aconteceu no salão da Le CHeff. De última hora, compramos os instrumentos de uma empresa do Rio de Janeiro, mas só nos entregaram na manhã de nossa primeira apresentação. Antes, fizemos uns oito ensaios com instrumentos emprestados pela escola de samba Ases do Ritmo. E com isso chegamos de surpresa no Jufra, onde nossa Atlética foi campeã geral com apoio da Halterados!
Toda essa correria, para Ellen, é o maior feito da Halterados: transformar em realidade o sonho de ter uma bateria. Ela prossegue:
No início tínhamos somente um pandeiro, que fazia nosso barulho, incomodava e servia para sambar na cara de adversárias recalcadas. Depois do "Minha Bateria, Minha Vida", saímos do pandeiro, dos instrumentos alugados, e agora temos nossa bateria própria, a Halterados!
Ellen conta que o pouco tempo de Bateria ainda não permitiu que a Halterados consolide sua identidade com os alunos de seu curso, mas espera que o Batuca Franca ajude a aumentar a visibilidade do trabalho que a Educa vem fazendo: nossos alunos, em função do curso, são naturalmente competitivos, e quando se fala em disputa não tem quem segure nossa garra e vontade de vencer!
Mesmo assim, o trabalho segue forte, com três diretores remanescentes da fundação da Atlética, apoio integral da atual vice-presidente, Lauane, e participação do mestre de bateria da Ases do Samba, Rafael.
Sobre a relação e os cuidados com a Bateria, Lauane nos conta que para nós é como um filho, cuidamos, ensinamos "só coisa boa", e botamos no mundo pra ver o trem moer!
Os pais, no caso, são todos os ritmistas, que dividem cuidados e gastos para manter os instrumentos em dia e os ensaios com seu mestre.
E é o próprio mestre Rafael quem nos conta os objetivos da Halterados para nosso desafio de baterias:
Queremos agregar experiência musical ao espírito competitivo dos ritmistas, com foco no autocontrole e no trabalho em equipe. E vamos trazer para nossa apresentação tudo o que já temos de bom, nossa experiência e nosso samba no pé!
Animação e ansiedade: assim a Halterados aguarda o Batuca Franca.
Vamos levar a alegria da Educa. Perderemos a virgindade, mas chegaremos prontos pra foder nessa disputa!
Então só vem!!!!
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
É tipo cadência? Então toca Sapateria!
Tri-campeã do desafio de baterias do Interunesp (2007, 2011 e 2012);
Terceiro lugar no desafio do Interunesp em 2013 e 2014;
Terceiro lugar e melhor linha de caixa e ripa do Interbatuc 2012.
Bateria assim só tem um tipo: é tipo cadência! Então toca Sapateria!

A Sapateria
Com nome obviamente inspirado em sua cidade, conhecida como capital nacional do sapato, a Bateria da Unesp - Franca nasceu em 2004, por iniciativa da Atlética. O objetivo era liderar a torcida em jogos e tocar nas festas dos alunos dos cursos de Direito, História, Serviço Social e Relações Internacionais.
Só que, em 2007, o cenário e as metas mudaram: veio o primeiro desafio de baterias do Interunesp, e com ele a necessidade de evoluir e tornar a Bateria competitiva. Muito ensaio, dedicação, e o resultado você já leu lá no começo: a primeira conquista da Sapateria!
Nestes tempos, a Unesp funcionava ainda em sua antiga sede. Nos conta a própria Sapateria: os ensaios ocorriam dentro do campus, num local que os alunos chamavam de Várzea. Nessa época, a Faculdade ficava no Centro da cidade, e o barulho da Bateria incomodava os vizinhos.
Das reclamações, a diretoria da Unesp começou a dificultar os ensaios. Como consequência, no desafio de baterias do Interunesp em 2009, a Bateria tocou de olhos vendados. pois foram tantos os empecilhos colocados para nossos ensaios, que foi assim que nossos ritmistas decidiram ensaiar, sem ter que ver o que acontecia, nem sinal de breque. Foram tantos ensaios desse tipo que na apresentação os ritmistas se sentiram mais seguros tocando assim.
Independente das dificuldades, ensaiar dentro da Faculdade foi elemento essencial para a criação da identidade da Sapateria com os alunos da Unesp, já que a proximidade favorece a convivência, atrai novos integrantes, especialmente bixos, e não afasta a Bateria das mudanças cíclicas por que passa qualquer Universidade.
Atualmente, mesmo com a mudança da Faculdade para o atual endereço, a Sapateria segue ensaiando dentro do campus, dessa vez na quadra ou seus arredores, local de preparação para todas as outras conquistas que mencionamos, além de inúmeras outras apresentações.
Quer um exemplo? Nos apresentamos em jogos profissionais de basquete do time da cidade. Outro? Fomos convidados para tocar na quadra da Império da Casa Verde, escola do carnaval de São Paulo. Tem mais? Fizemos nossa batucada no casamento de vários egressos da Unesp. Só mais um para acabar: batemos ponto no Carnailha, carnaval universitário de Ilha Solteira, onde somos organizadores e uma das atrações.
Os Batuqueiros
Ok, todos concordamos que bateria é sempre sucesso. Mas é também responsabilidade, e sabemos que tocar envolve abrir mão de aulas, festas, horas de estudo, dinheiro, sono, paqueras. Então por que fazer parte de tudo isso?
Marocas nos conta que conheceu as BUs antes mesmo dos vestibulares, quando seu pai era ritmista de carnaval e proporcionou seu primeiro contato com o tamborim. Assim que entrei na Unesp, procurei na Bateria algo que fugisse da lógica da graduação. A Bateria foi onde me encontrei na Faculdade, aprendi a lidar com responsabilidades, encontrei pessoas que sentiam o mesmo e redescobri minha paixão pelo samba.
Já Queimado conta que entrou na escolinha pela facilidade que tinha para aprender novos instrumentos, e que sua dedicação, somada aos incentivos dos veteranos de Sapateria, foi que o fez caminhar ao posto de diretor.
Para a Mestre Procon, a porta de entrada para a Sapateria foi a fanfarra de sua escola, aos dez anos de idade. Depois, veio o contato com a Naumteria (Unesp - Bauru), onde seu irmão era ritmista. Por fim veio a escolinha da Sapateria. Influência do irmão? Escolhi o mesmo instrumento que ele, o chocalho.
Procon divide a Bateria em diretores de naipe, ela mesma encarregada do ganzá. Cada um tem a responsabilidade de ensinar aos ritmistas as novidades, bem como formar novos integrantes em seus instrumentos.
Mas, explica, os diretores funcionam mais como guias, nem inatingível nem mais poderoso que os outros. Todos temos o compromisso de evoluir os ritmistas e desenvolver a capacidade técnica de cada um, para criarmos e mantermos um grupo unido e que evolui em conjunto. O Batuca Franca é uma oportunidade de mostrarmos esse trabalho e fazermos o que mais gostamos, que é tocar.
O trabalho administrativo
Jack, a relações públicas da Sapateria, prontamente resume: estruturalmente falando, gerir uma bateria não é tarefa fácil. O gasto com peles, bordões, baquetas, talabartes e instrumentos é absurdamente grande. E conseguir grana pra isso tudo é sempre um mar de surpresas.
No começo, era cobrada mensalidade dos ritmistas: cada real gentilmente doado era sempre de imenso valor. Hoje, contudo, essa taxa foi abolida, trocada pelo malabarismo econômico dos diretores, especialmente por meio das festas, cuja maior é da própria Bateria, chamada Toca Sapateria, venda de produtos e apresentações fora do circuito universitário.
Além disso, prossegue, ensaiamos fielmente todas as segundas e quartas-feiras, mas quando tem apresentação ensaiamos todos os dias, às vezes até duas vezes ao dia, sempre nos entre-aulas da Unesp, que funciona manhã, tarde e noite. A dedicação de nossos integrantes é a parte fundamental para que todos os naipes sejam um só: mente, coração e muito samba no pé.
O Batuca Franca
Deixamos falar uma das mais experientes baterias de nosso desafio: a disparidade do nível técnico entre as baterias que vemos nos desafios é cada vez menor. Sadia completa: não há diferença entre competir com baterias mais ou menos conhecidas, mais ou menos experientes. Queremos mostrar nosso trabalho da melhor maneira possível, com a dedicação que carregamos o ano todo.
Sobre a participação da Sapateria, Queimado conclui: o fato de participarmos de outras competições diminui a ansiedade pré-desafio, e temos o Interunesp poucas semanas antes, que ajuda na parte técnica e psicológica dos ritmistas.
Integrar com sensação de dever cumprido é a meta da Sapateria para o Batuca Franca.
Bianchini fecha o papo: podem esperar da Sapateria muito samba, muita tinta, muito gliter, muita cachaça e animação. Tipo Cadência!
Então só vem!!
* Muitas citações ficaram sem remissão ao autor porque foi difícil associar as fontes após a entrevista, com participação pesada dos diretores da Sapateria. Nossos agradecimentos especiais à RP Jaqueline Arrufo - Jack, à mestre e diretora de ganzá Marina Miranda - Procon, aos diretores de surdo Emile Reckia - Sadia e Guilherme Braga - Pitera, aos diretores de tamborim Fernanda Horn - Marocas e Guilherme Goulart - Queimado, aos diretores de caixa Gabriel Gurian - Batatais e Guilherme Bianchini, ao diretor de ripa Vitor Campos - Servente e ao diretor de agogô Luiz Gustavo - Nissim. Toca Sapateria!
Terceiro lugar no desafio do Interunesp em 2013 e 2014;
Terceiro lugar e melhor linha de caixa e ripa do Interbatuc 2012.
Bateria assim só tem um tipo: é tipo cadência! Então toca Sapateria!

A Sapateria
Com nome obviamente inspirado em sua cidade, conhecida como capital nacional do sapato, a Bateria da Unesp - Franca nasceu em 2004, por iniciativa da Atlética. O objetivo era liderar a torcida em jogos e tocar nas festas dos alunos dos cursos de Direito, História, Serviço Social e Relações Internacionais.
Só que, em 2007, o cenário e as metas mudaram: veio o primeiro desafio de baterias do Interunesp, e com ele a necessidade de evoluir e tornar a Bateria competitiva. Muito ensaio, dedicação, e o resultado você já leu lá no começo: a primeira conquista da Sapateria!
Nestes tempos, a Unesp funcionava ainda em sua antiga sede. Nos conta a própria Sapateria: os ensaios ocorriam dentro do campus, num local que os alunos chamavam de Várzea. Nessa época, a Faculdade ficava no Centro da cidade, e o barulho da Bateria incomodava os vizinhos.
Das reclamações, a diretoria da Unesp começou a dificultar os ensaios. Como consequência, no desafio de baterias do Interunesp em 2009, a Bateria tocou de olhos vendados. pois foram tantos os empecilhos colocados para nossos ensaios, que foi assim que nossos ritmistas decidiram ensaiar, sem ter que ver o que acontecia, nem sinal de breque. Foram tantos ensaios desse tipo que na apresentação os ritmistas se sentiram mais seguros tocando assim.
Independente das dificuldades, ensaiar dentro da Faculdade foi elemento essencial para a criação da identidade da Sapateria com os alunos da Unesp, já que a proximidade favorece a convivência, atrai novos integrantes, especialmente bixos, e não afasta a Bateria das mudanças cíclicas por que passa qualquer Universidade.
Atualmente, mesmo com a mudança da Faculdade para o atual endereço, a Sapateria segue ensaiando dentro do campus, dessa vez na quadra ou seus arredores, local de preparação para todas as outras conquistas que mencionamos, além de inúmeras outras apresentações.
Quer um exemplo? Nos apresentamos em jogos profissionais de basquete do time da cidade. Outro? Fomos convidados para tocar na quadra da Império da Casa Verde, escola do carnaval de São Paulo. Tem mais? Fizemos nossa batucada no casamento de vários egressos da Unesp. Só mais um para acabar: batemos ponto no Carnailha, carnaval universitário de Ilha Solteira, onde somos organizadores e uma das atrações.
Os Batuqueiros
Ok, todos concordamos que bateria é sempre sucesso. Mas é também responsabilidade, e sabemos que tocar envolve abrir mão de aulas, festas, horas de estudo, dinheiro, sono, paqueras. Então por que fazer parte de tudo isso?
Marocas nos conta que conheceu as BUs antes mesmo dos vestibulares, quando seu pai era ritmista de carnaval e proporcionou seu primeiro contato com o tamborim. Assim que entrei na Unesp, procurei na Bateria algo que fugisse da lógica da graduação. A Bateria foi onde me encontrei na Faculdade, aprendi a lidar com responsabilidades, encontrei pessoas que sentiam o mesmo e redescobri minha paixão pelo samba.
Já Queimado conta que entrou na escolinha pela facilidade que tinha para aprender novos instrumentos, e que sua dedicação, somada aos incentivos dos veteranos de Sapateria, foi que o fez caminhar ao posto de diretor.
Para a Mestre Procon, a porta de entrada para a Sapateria foi a fanfarra de sua escola, aos dez anos de idade. Depois, veio o contato com a Naumteria (Unesp - Bauru), onde seu irmão era ritmista. Por fim veio a escolinha da Sapateria. Influência do irmão? Escolhi o mesmo instrumento que ele, o chocalho.
Procon divide a Bateria em diretores de naipe, ela mesma encarregada do ganzá. Cada um tem a responsabilidade de ensinar aos ritmistas as novidades, bem como formar novos integrantes em seus instrumentos.
Mas, explica, os diretores funcionam mais como guias, nem inatingível nem mais poderoso que os outros. Todos temos o compromisso de evoluir os ritmistas e desenvolver a capacidade técnica de cada um, para criarmos e mantermos um grupo unido e que evolui em conjunto. O Batuca Franca é uma oportunidade de mostrarmos esse trabalho e fazermos o que mais gostamos, que é tocar.
O trabalho administrativo
Jack, a relações públicas da Sapateria, prontamente resume: estruturalmente falando, gerir uma bateria não é tarefa fácil. O gasto com peles, bordões, baquetas, talabartes e instrumentos é absurdamente grande. E conseguir grana pra isso tudo é sempre um mar de surpresas.
No começo, era cobrada mensalidade dos ritmistas: cada real gentilmente doado era sempre de imenso valor. Hoje, contudo, essa taxa foi abolida, trocada pelo malabarismo econômico dos diretores, especialmente por meio das festas, cuja maior é da própria Bateria, chamada Toca Sapateria, venda de produtos e apresentações fora do circuito universitário.
Além disso, prossegue, ensaiamos fielmente todas as segundas e quartas-feiras, mas quando tem apresentação ensaiamos todos os dias, às vezes até duas vezes ao dia, sempre nos entre-aulas da Unesp, que funciona manhã, tarde e noite. A dedicação de nossos integrantes é a parte fundamental para que todos os naipes sejam um só: mente, coração e muito samba no pé.
O Batuca Franca
Deixamos falar uma das mais experientes baterias de nosso desafio: a disparidade do nível técnico entre as baterias que vemos nos desafios é cada vez menor. Sadia completa: não há diferença entre competir com baterias mais ou menos conhecidas, mais ou menos experientes. Queremos mostrar nosso trabalho da melhor maneira possível, com a dedicação que carregamos o ano todo.
Sobre a participação da Sapateria, Queimado conclui: o fato de participarmos de outras competições diminui a ansiedade pré-desafio, e temos o Interunesp poucas semanas antes, que ajuda na parte técnica e psicológica dos ritmistas.
Integrar com sensação de dever cumprido é a meta da Sapateria para o Batuca Franca.
Bianchini fecha o papo: podem esperar da Sapateria muito samba, muita tinta, muito gliter, muita cachaça e animação. Tipo Cadência!
Então só vem!!
* Muitas citações ficaram sem remissão ao autor porque foi difícil associar as fontes após a entrevista, com participação pesada dos diretores da Sapateria. Nossos agradecimentos especiais à RP Jaqueline Arrufo - Jack, à mestre e diretora de ganzá Marina Miranda - Procon, aos diretores de surdo Emile Reckia - Sadia e Guilherme Braga - Pitera, aos diretores de tamborim Fernanda Horn - Marocas e Guilherme Goulart - Queimado, aos diretores de caixa Gabriel Gurian - Batatais e Guilherme Bianchini, ao diretor de ripa Vitor Campos - Servente e ao diretor de agogô Luiz Gustavo - Nissim. Toca Sapateria!
Batucada envolvente, ritmo de respeito, integração e diversão: é Batucacef no Batuca Franca!
20 integrantes fixos, entre diretores e ritmistas, desde sua fundação, em fevereiro deste ano. Apoio de instrumentos, estrutura, aulas de música e coordenação de mestre de bateria de escola de samba. E perspectiva de vencer o Batuca Franca.
É a Batucacef, Bateria da Uni-Facef, que promete fazer bonito no desafio de baterias, e assume a responsabilidade de competir em casa!
Seu diretor João Malta nos explica que a gestão da Batucacef é dividida entre alguns dos ritmistas, tornando-os ativos no dia a dia da Bateria. Determinamos objetivos e dividimos as funções para sermos produtivos e mantermos a qualidade. Isso serve para ensaios, logística, manutenção de patrimônio, relações públicas, eventos, marketing. É o que torna prazeroso nosso trabalho.
Tudo isso, prossegue Malta, para promover a integração entre os alunos dos diversos cursos de sua Universidade, além de dar um ânimo a mais em todos os eventos universitários que participam. Nosso papel é fazer uma boa gestão, que torne a Bateria próxima de seu público e dê orgulho à instituição.
Para tanto, os ensaios, comandados pelo Mestre Rafael, integrante da Ases do Ritmo, escola do carnaval Francano que auxilia a Batucacef, acontecem em locais públicos, às vezes até mesmo debaixo de viadutos, e, na maioria das vezes, na área externa do Ginásio Pedrocão.
Malta conta que começamos com o objetivo de tocar nos Jogos Universitários de Franca (Jufra), encontramos dificuldades no começo, especialmente com ritmistas que até então não tinham qualquer contato com a música, mas passamos a nos apresentar dentro da Uni-Facef e em projetos culturais, a Universidade passou a nos reconhecer e apoiar, e agora estamos nos consolidando no cenário das Baterias Universitárias.
Com tudo isso, é claro que o clima entre os diretores, mestre e ritmistas da Batucacef não podia ser melhor. Malta confirma: O clima de amizade nos ensaios, apresentações e viagens torna tudo mais animado. Todos os integrantes se sentem empolgados por serem parte da fundação, iniciar a Bateria e vestir a camisa de um projeto que ajudam a consolidar. Falo por todos nós: nos tornamos uma família, e tenho certeza que os laços que criamos farão diferença em nossas vidas.
Para o Batuca Franca, esse clima vai se transformar numa batucada envolvente, com um ritmo de respeito, nas palavras de Mestre Rafael.
Estamos com ensaios rigorosos, aprimorando a questão musical. Temos confiança no nosso desempenho e faremos de tudo para conquistar o campeonato, complementa Malta.
E, para fechar, diz Malta que a Batucacef vai promover a integração! Muito mais que um desafio de baterias, é integração e diversão!
Então só vem!!!!
É a Batucacef, Bateria da Uni-Facef, que promete fazer bonito no desafio de baterias, e assume a responsabilidade de competir em casa!
Seu diretor João Malta nos explica que a gestão da Batucacef é dividida entre alguns dos ritmistas, tornando-os ativos no dia a dia da Bateria. Determinamos objetivos e dividimos as funções para sermos produtivos e mantermos a qualidade. Isso serve para ensaios, logística, manutenção de patrimônio, relações públicas, eventos, marketing. É o que torna prazeroso nosso trabalho.
Tudo isso, prossegue Malta, para promover a integração entre os alunos dos diversos cursos de sua Universidade, além de dar um ânimo a mais em todos os eventos universitários que participam. Nosso papel é fazer uma boa gestão, que torne a Bateria próxima de seu público e dê orgulho à instituição.
Para tanto, os ensaios, comandados pelo Mestre Rafael, integrante da Ases do Ritmo, escola do carnaval Francano que auxilia a Batucacef, acontecem em locais públicos, às vezes até mesmo debaixo de viadutos, e, na maioria das vezes, na área externa do Ginásio Pedrocão.
Malta conta que começamos com o objetivo de tocar nos Jogos Universitários de Franca (Jufra), encontramos dificuldades no começo, especialmente com ritmistas que até então não tinham qualquer contato com a música, mas passamos a nos apresentar dentro da Uni-Facef e em projetos culturais, a Universidade passou a nos reconhecer e apoiar, e agora estamos nos consolidando no cenário das Baterias Universitárias.
Com tudo isso, é claro que o clima entre os diretores, mestre e ritmistas da Batucacef não podia ser melhor. Malta confirma: O clima de amizade nos ensaios, apresentações e viagens torna tudo mais animado. Todos os integrantes se sentem empolgados por serem parte da fundação, iniciar a Bateria e vestir a camisa de um projeto que ajudam a consolidar. Falo por todos nós: nos tornamos uma família, e tenho certeza que os laços que criamos farão diferença em nossas vidas.
Para o Batuca Franca, esse clima vai se transformar numa batucada envolvente, com um ritmo de respeito, nas palavras de Mestre Rafael.
Estamos com ensaios rigorosos, aprimorando a questão musical. Temos confiança no nosso desempenho e faremos de tudo para conquistar o campeonato, complementa Malta.
E, para fechar, diz Malta que a Batucacef vai promover a integração! Muito mais que um desafio de baterias, é integração e diversão!
Então só vem!!!!
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
RapoZona: a bateria do Mestre violeiro a caminho do Batuca Franca
Fruto da reestruturação de nossa Atlética. Esse é o resumo que Pedro Simon, Mestre da RapoZona, que nos recebeu para um bate-papo regado de música, dá à curta trajetória de sua Bateria:
Nos juntamos, nós, da Engenharia Unifeb, com o pessoal da Med-Barretos, e em 2014 decidimos retomar o EngMed, jogos que fazem parte da história da cidade e, principalmente, de nossa Faculdade. E, se voltaríamos a participar de jogos, nada mais justo que ter uma Bateria também!
Naquele momento, quem deu apoio à Rapozona e ao Mestre foi uma escola de samba local, a Imperadores do Samba, que emprestou instrumentos e auxiliou nos primeiros ensaios. Já Pedro, cantor e violeiro conhecido nas baladas da região de Barretos como Pedro Viola, teve que se virar para tornar-se Mestre, como ele mesmo nos conta:
Nunca tive curiosidade com escolas de samba, baterias, até que vi um ensaio de bateria e fiquei empolgado! Pedi ajuda a amigos e ao Mestre da Escola de Samba, me dediquei em aprender cada instrumento e tomei a frente de cuidar dos ensaios e treinos, especialmente depois do EngMed 2014, quando tivemos noção verdadeira do que é uma Bateria Universitária.
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| Mestre Pedro à frente da RapoZona |
A RapoZona virou nossa grande família. Uma vez RapoZona, sempre RapoZona, onde quer que seja. A Bateria é como um filho para mim, e tenho certeza que os outros fundadores também sentem a mesma coisa. E é mesmo um amor de pai zelar pela formação de cada ritmista, cuidar de cada instrumento.
Quer uma medida desse amor? Curto e grosso, Pedrinho: se quiser arrumar briga comigo é só falar mal da minha Bateria!
Claro que não é só por tocar, esse amor todo vem como recompensa de muito trabalho. E muitas vezes o que acontece fora dos ensaios e das apresentações é ainda mais complicado do que pensa quem não conhece a fundo o que é a gestão de uma BU.
No caso da RapoZona, isso incluiu a obrigação de Pedro e seus ritmistas de provar à Unifeb que não era somente farra e barulheira: no começo, a diretoria pensou que era só bagunça. Provamos o contrário através de nossa organização, protocolos, reserva do teatro para ensaios. Mostramos que nosso trabalho ia inclusive promover toda a instituição.
O fruto veio: hoje a RapoZona é reconhecida pela Unifeb como a primeira Bateria da Faculdade, e é parceira em convites para tocar em eventos oficiais dentro e fora do campus, até mesmo em cursos de extensão e promoção cultural.
Para o Batuca Franca, a RapoZona conta com o trabalho conjunto de quatro diretores, cada um responsável por um setor, ao mesmo tempo em que todos os ritmistas são responsáveis pelos instrumentos. Além disso, todos colaboram com a mensalidade da Bateria, revertida para aquisição e reposição de peças.
Já os ensaios, realizados semanalmente, contam com apoio prático e teórico da até hoje parceira Imperadores do Samba. Mestre Pedro nos conta:
Procuramos apresentar de maneira clara o que queremos em cada ensaio. Mostramos tudo passo a passo, de forma lenta e clara, com contagem de tempo e memória sonora, para que tudo se encaixe perfeitamente. Buscamos muitas influências nas escolas de samba do Rio de Janeiro, mas também ouvimos os ritmistas, tudo o que fazemos é em comum acordo com todos.
Sobre as metas para nosso Desafio de Baterias, Pedro fala que tem como objetivo levar a todos alegria musicalidade e cultura. E a integração? Começa aqui dentro: na Bateria, sempre cantamos "Integração, aqui todo mundo é irmão - e tem incesto!" E é essa pegada que dividiremos com todos em Franca!!
E conclui seus objetivos: encontramos no Batuca Franca nossa porta de entrada para junto das grandes BUs. Nosso trabalho não é somente para conquistar o troféu de campeão, mas sim o respeito de todos!
Recado final, Pedrinho? Anota aí: preparem os couros, as baquetas e as peles que a RapoZona tá chegando pra quebrar o sistema!
Então só vem!!
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