Foi este o trio que nos recebeu para um bate papo pós-ensaio da Trombatuque, bateria que tem pouco mais de um ano de existência, mas que, segundo nos contam em uníssono, é A melhor de Ribeirão!
Alunos da primeira Turma de Medicina da UniSEB, para nós a Med-Ribeirão, curso iniciado no segundo semestre de 2014, Jordão, Lucão e Goiano mostraram tanto entrosamento em nossa conversa, que a entrevista acabou virando mais uma história contada pelos três, conforme compartilhamos a seguir:
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Nascimento da Bateria
Nos conta Goiano:
A Atlética começou em setembro, no nosso primeiro semestre [2014], e um dos primeiros pontos que a gente tinha como prioridade era a Bateria. Na verdade, o sonho da Bateria nasceu no momento em que conseguimos realizar o sonho de fundar a Atlética.
Só que tinha que ter dinheiro. E custava 8, 10 pau uma Bateria nova. A gente olhou um pro outro e perguntou: mano, e agora?
Daí entrou a ideia de ter mensalidade aos associados da Atlética. Também fomos atrás da reitoria da Faculdade, que fechou a porta para nós; pediram orçamentos, mas só enrolaram. Uma empresa de formaturas também ajudou trocando um aporte financeiro pela possibilidade de montar um estande dentro do campus. Mas foi a colaboração dos alunos que viabilizou a compra da Bateria, junto com a venda de alguns produtos, que no final do primeiro semestre já dava lucro para a Atlética.
Então, em fevereiro [2015] compramos a Bateria. Passamos 15 dias agoniados, até que de repente chega na Faculdade aquele monte de caixa. Colocamos aquilo tudo de instrumento no meio do povo, olhamos um pro outro e outra vez perguntamos: mano, e agora?
Primeiros ensaios
Quando chegaram nossos instrumentos, assumimos a responsabilidade, primeiro com um professor de fanfarra que contratamos para nos ensinar. Mas o cara não sabia nada de BU, então não deu certo.
Jordão complementa as palavras de Lucão:
Só aceitei entrar para a Atlética porque queria a Bateria. Meu pai tocava em escolas de samba de São Paulo e eu ia junto, ele pegava um instrumento, eu pegava um igual e ia lá atrás tentar fazer o som.
Tocava mais caixa e terceira, mas quando o professor não deu certo, vi que tinha que aprender ripa para ajudar nos ensaios. Tirei umas chamadas do Salgueiro e de umas outras escolas, era um solo de ripa que terminava num breque tipo pergunta e resposta e pronto!
Sobre os locais de ensaio, Goiano explica:
Eram primeiro num estacionamento na frente da UniSEB, mas rapidinho a polícia nos expulsou. Fomos para o estacionamento ao lado da Faculdade, pagávamos para ensaiar duas vezes por semana, nos fins de tarde, mas os próprios alunos, provavelmente de outros cursos, reclamaram com a Reitora, e fomos chutados de lá também.
Finaliza Jordão:
Hoje ensaiamos na frente do Estádio Santa Cruz, onde ensaiam outras medicinas da cidade. O problema é que lá moram jogadores do clube, e chega uma hora que os caras começam a xingar. Daqui a pouco dá polícia outra vez. Mas Ribeirão Preto é grande, até a gente ensaiar e ser expulso de todas as praças demora!
A Trombatuque
Goiano conta que foi Lucão quem batizou a Bateria:
Veio por causa do mascote da Atlética, que é um elefante. Foi votado pelos alunos, daí falaram que é o animal da união, da sabedoria, e a Bateria tinha que seguir na mesma linha. Então veio a sugestão do Lucão e aderimos.
Acontece que quando Jordão assumiu a Trombatuque, faltavam pouquíssimos dias para seu primeiro desafio! Explica Goiano:
No começo eram 8, 10 ritmistas. E tinha o EngMed [jogos realizados em Barretos no primeiro semestre deste ano] em dez dias. Daí a gente chamou a geral, precisava de mais gente, e perguntou: vamos tocar? Com a resposta positiva, ensaiamos todos os dias, metemos a cara e a coragem num ginásio cheio e fizemos nossa primeira apresentação.
Foi a motivação dos alunos que permitiu participar daquele desafio, mesmo que a essência naquele momento fosse meter um louco com a Bateria, já que para os jogos tínhamos poucos atletas. Mas, no fim das contas, foi uma apresentação bacana e deu motivação para a Trombatuque seguir adiante.
Perguntamos para eles o que mudou depois disso. Lucão prontamente nos conta:
Nasceu o comprometimento com a Bateria em quem tocou. E quem não tocou quis entrar. Com mais gente, melhoramos os ensaios e agora tem ritmo.
Goiano complementa:
Mudou a responsabilidade. Eu vejo uma evolução muito rápida da galera. Gente que comenta o quanto nossa pegada evoluiu em tão pouco tempo. Ensaiamos de abril a setembro, tira um mês de férias, ou seja, em quatro meses, contando mudanças de ritmistas, entrada de bixos, mudanças de local de ensaio, temos uma Bateria preparada para competições grandes. Tudo fruto de um trabalho bem feito.
Jordão aproveita o gancho para contar uma curiosidade:
No Santa Cruz, ensaiam outras medicinas, Baterias com mais de 15 anos de história. Chegamos, arrumamos nosso espaço e começamos a batucada, só que do outro lado do estádio, e mesmo assim acabamos encobrindo o ensaio dos caras.
Ficava passando gente de carro, subindo perto do nosso ensaio com instrumentos à mostra. Vinham conferir o que estava acontecendo, até que desceram para perto com a Bateria deles. Nem ligamos, seguimos nosso som, eles desistiram e hoje estamos aí, com um monte de ritmista, caminhando muito bem!
Desafios de Bateria e o futuro da Trombatuque
Temos tudo para chegar no BF, meter o louco na primeira competição que vamos preparados, e tentar o troféu. Na verdade, meu objetivo pessoal é ganhar tudo que disputar com a Bateria.
Assim como Goiano, Jordão também tem planos para a Trombatuque:
Eu penso em coisas menos direcionadas aos campeonatos. O que eu quero é ver a galera da Faculdade dando a vida na Bateria, tudo por amor, para o que der e vier. Teve um cara que antes do EngMed quebrou o dedo ensaiando e tocou assim mesmo, só para não deixar a Bateria desfalcada, esse é o espírito.
Lucão lembra do que o motivou a entrar na Bateria:
Tem que fazer o cara que vai prestar vestibular sentir vontade de ser parte da nossa manada desde a prova. Tem que ver a gente na porta do vestibular e ficar com desejo de ser parte dessa família. O cara faz um monte de cursinho, chega no dia mais importante tenso e tem uma galera que te recepciona bêbada e batucando. Tem que querer viver aquilo também. Eu mesmo entrava com os portões quase fechando para aproveitar até o último momento!
E, se é isso que os motiva, os três concordam que o diferencial da Trombatuque rumo ao Batuca Franca e outros desafios de bateria, além do comprometimento e da união, é a vontade. Segundo Jordão, depois de todas as dificuldades, hoje pode estar caindo o mundo, ou fazendo os 40 graus de sempre de Ribeirão, que a gente está lá dando sangue no ensaio. Isso faz a diferença: não importa o que aconteça, vamos dar sangue sempre!
Trombatuque no Batuca Franca
Nosso desenho é um elefante que impõe: vem que se precisar tem baquetada na cabeça. A armadura é para acompanhar nosso hino, que fala que a Trombatuque lidera a infantaria, vai na frente guiando a Medicina. Mas o objetivo maior é a integração, lógico. Conhecer a galera, tocar junto igual fizemos na C.O. do Batuca Franca. Bateria é isso, né? Galera movida por samba e cerveja.
Às palavras de Jordão, pedimos ao trio que finalizasse o papo com sua mensagem a todo o BF:
Esperem de nós o espírito da Família Trombatuque: galera determinada, Bateria com garra, vontade de ganhar, povo louco, muito bombom e muita cerveja. Se prepara que a manada tá chegando!
ENTÃO SÓ VEM!!!







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