Conversamos - e bebemos - com Matheus, diretor e mestre da Esparteria, a Bateria da Medicina Franca. Aliás, mestre e diretor: é possível conciliar? Aos risos, ele nos conta que a minha relação com a Bateria hoje só não é maior que com a minha mãe porque a Esparteria não me manda dinheiro todo mês!
Matheus teve sua primeira experiência em BU exatamente numa concorrente do Batuca Franca, a Dentadura.
Ali nasceu seu amor pela batucada, mas faltava entrar na Faculdade de Medicina. Ele lembra que, no vestibular, em Franca, a Bateria ficava na porta tocando enquanto fazíamos a prova. Eu ali sofrendo e aqueles putos bebendo e curtindo!Eu precisava passar e fazer parte disso! Isso é viver a Faculdade!
Dito e feito: uma vez na Med - Franca, Matheus ingressou na Esparteria, marcando surdo de primeiro tempo, de lá saltou para o surdo de terceira, e dali se lançou candidato e foi eleito diretor. Nesse momento, muitos instrumentos já havia aprendido a tocar com os ensaios que tivemos. A maioria foi naquela brincadeira do "e aí, como que toca isso?" Exceto pelo repique: nesse eu fiz algumas aulas com o professor Youtube.
Hoje, Matheus vê a Esparteria como símbolo de conquista, tanto por ter realizado o sonho de cursar Medicina, quanto por ver os sacrifícios que faz pela Bateria materializados em avanços e conquistas. Ele resume seus sonhos de Mestre de maneira simples: quero dar o primeiro título com o Tormed e o segundo com o Batuca Franca! Se meu sonho ontem era passar na Faculdade, hoje é trazer os títulos para casa!
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| Mestre Matheus, sobre a responsabilidade de estar à frente da Esparteria: no momento em que a primeira batida começa, você tem certeza de que tudo isso vale a pena! |
Sonhos altos para uma Bateria que nasceu há pouco, no final de 2012, fruto de parceria da Atlética com uma empresa de formaturas, que doou instrumentos em troca de divulgação na Faculdade. E dos primeiros instrumentos, veio também a primeira vaquinha: foi uma felicidade e tanto quando chegou o material, só que não compraram talabartes, baquetas e outras coisas, conta, mais uma vez, em meio à risadas.
Nesse primeiro momento, a Esparteria ainda aprendia seus ritmos com um professor de fanfarra da cidade de Franca, até que Ricardinho, mestre antes de Matheus, assumiu o comando, agora sempre a cargo dos alunos.
A relação da bateria com os alunos foi que nem fogo na gasolina: instantânea e explosiva! Numa Faculdade recém formada, a Bateria serviu como catalizador para a união dos alunos e para criar a relação de amor com a instituição.
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| Esparteria, nos tempos de mestre Ricardinho. |
Sobre os ensaios, Matheus nos conta que, num primeiro momento, ocorriam na Faculdade. Só que nos expulsaram porque falaram que atrapalhávamos as aulas. E olha que ensaiávamos no fundo do campus, na beira de um córrego, num frio do Alasca, com mosquito pra dar inveja na Amazônia, e de frente para a rodovia.
Dali, a Bateria migrou para as ruas do Parque Universitário francano, local considerado de pouca segurança, e à mercê do clima frio local.
Para piorar, muitos dos ritmistas deixaram os ensaios porque não conseguiam conciliar estudos e Bateria. Nosso curso segue o método PBL, sistema do capiroto em que todos os dias passamos por avaliação oral, com aulas em período integral.
Hoje, já com uma movimentação de caixa que permite manter a Esparteria, fruto de festas e da venda de produtos, o diretor da Bateria comemora também a parceria fechada com a Le Cheff, patrocinadora também do Batuca Franca, e que cede à Med - Franca seu salão, coberto e com toda a infraestrutura necessária para os ensaios.
É aí que a Bateria se prepara para seus jogos, festas, eventos das comissões da Faculdade e desafios de bateria.
E mais: foram exatamente as dificuldades passadas e a raça permanente de seus batuqueiros que batizaram a Esparteria: símbolo da raça guerreira, daqueles nascidos para lutar! Aqui, se todo dia foi uma batalha, todo dia foi uma vitória!
Para Matheus, toda BU é fundamental na interação dos alunos com suas Faculdades. A bateria é a voz da Faculdade: e com ela que cantamos nossos hinos, é a válvula de escape da cabeça em um dia estressante de estudos, é a paquera que rola nos ensaios e nas apresentações.
E, dentre todos os eventos, o mestre e diretor considera os desafios como os mais importantes, em que é colocada à prova não somente a qualidade técnica da Bateria, mas também o amor de todos os ritmistas. Nem todo mundo gosta de volei, futebol... mas é só a Bateria entrar que todos soltam a voz e a emoção!
Sobre a preparação para os desafios que ainda vão disputar neste ano, Matheus enfatiza o Batuca Franca, especialmente pela disputa em casa: é só pensar que já bate aquele frio na barriga, a mão já começa a tremer com vontade de batucar. Estamos trabalhando duro, buscando novas referências para mostrar que a Esparteria veio para ser referência também.
Para o BF, a Esparteria promete levar seu espírito de vitória ou morte: queremos mostrar nosso espírito guerreiro e justificar o porquê do nosso nome. Somos uma Bateria nova, já crescemos muito e queremos ainda mais!
O recado final vem direto: queremos essa vitória! E fica esperto porque eu sou um guerreiro que sozinho mato mil; Sou Med - Franca a mais fodida do Brasil; se é pra matar, se é pra morrer; eu sou Med - Franca e tô botando pra foder!
Então só vem!!!!









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